Tudo isso há muito tempo atrás: O clipe de "All the Things She Said" da dupla t.A.T.u. Billy Elliot (dir. Stephen Daldry). As Hex Girls. A Ana Carolina. O Ryan, de High School Musical (dir. Kenny Ortega). Aquela garota que andava de bicicleta com os meninos na pista de skate. A Adriana Calcanhotto. A abertura da novela Belíssima. A Kelsey, de High School Musical (obrigada por tudo, Kenny Ortega!). Kissing Jessica Stein (dir. Charles Herman-Wurmfeld). As Sailors Neptune e Uranus, de Sailor Moon. A Maria Gadú. D.E.B.S. (dir. Angela Robinson). As Sereias da Rive Gauche, da Vange Leonel. Jennifer's Body (dir. Diablo Cody). Aquele casal de moças que vi na praia quando estava no calçadão com a minha mãe, e nós duas fingimos que não vimos nada.
30 de jun. de 2025
14 de jun. de 2025
16 de junho
No intervalo do concerto fiquei em pé, sozinha, me sentindo meio estúpida enquanto segurava uma dose de whiskey irlandês generosa demais para mim, que não sou de beber. Esse tipo de coisa faz parte da experiência, então quando a moça perguntou aceita? eu disse claro, sim, obrigada e pelo menos passei a ter um copinho plástico para ocupar as mãos. Tentei me distrair olhando os outros, gente que colocava o whiskey pra dentro com muito mais facilidade do que eu, mas não consegui achar nada interessante e foi um alívio quando o intervalo chegou ao fim. No caminho de volta para casa, eu não conseguia parar de admirar essa liberdade, liberdade de poder sair e andar por aí e ouvir música e beber e ver lugares novos: ontem nunca estive aqui, hoje olho para a copa destas árvores e amanhã não vou mais poder andar por esta rua pela primeira vez.
Comecei a pensar neste post de volta ao auditório, depois de vitoriosamente terminar minha dose. Escrevo ele agora, e você o lê no meu futuro.
12 de jun. de 2025
Dia dos namorados não é dia de São Valentim
O dia amanheceu escuro e chuvoso e eu tive que juntar coragem para lavar a cabeça na água fria. Ontem me apareceu uma espinha na testa, então joguei a franja pra frente pra cobrir ela. Preparei a primeira caneca de chá do ano, Earl Grey, meu favorito. Esquentei as mãos na caneca de chá. Tentei ser produtiva no trabalho. Li poesia. Senti frio. No fim do dia, na volta para casa, passei por uma roda de samba e estavam tocando uma das minhas favoritas do Jorge Aragão -- pra onde você for, lá pra mim já é... Esbarrei no cara que partiu o coração da minha melhor amiga. Ou ela mesma partiu o próprio coração, eu sei lá. A vida é engraçada. Chegando em casa, espremi aquela espinha.
20 de mai. de 2025
Sem título IV
A juventude é feita pra gente deixar oportunidade passar. A experiência só vem com o tempo, e quando ela chega já é tarde demais (palavras da minha mãe). Quando penso nisso sempre lembro de uma colega da época do ensino médio. Eu a achava lindíssima. Ela era um ano mais velha, extrovertida e encantadora e amiga de uma amiga. Passávamos o intervalo no mesmo grupo, trocávamos recomendações de livros, nossas conversas iam de religião à política e eu a admirava: ela era feminista. Um dia uma outra amiga em comum me mandou uma mensagem: o que você acha de fulana? Nas entrelinhas: ficaria com ela? Desconversei, sabe-se lá porquê. Anos depois entendi que estava sendo sondada, e lá se foi a oportunidade. Hoje, quando estava lembrando dessa história, lembrei também do sobrenome dela. Não resisti e procurei no Instagram. Ela cursou artes visuais, é tatuadora, ainda mora na nossa cidade. Continua lindíssima. Uma vez, pro aniversário dela, comprei um livro de poemas do Álvares de Azevedo e uma antologia de poemas modernistas, mas fiquei com vergonha de entregar pra ela. Tenho eles até hoje.
19 de mai. de 2025
Palavra guardada
Hoje mais cedo estava passando roupa enquanto ouvia uma entrevista do Gregório Duvivier. Deixo abaixo a transcrição de um dos meus momentos favoritos:
Leitura é muito fundamental, sabe? Ler, ler, ler, ler, ler, ler, ler, assim. E uma coisa que eu gosto, também, é- de algumas coisas- é curioso, porque é super careta isso, conservador, os professores torcem o nariz, mas eu adorava decorar coisas, me ajudou muito a decorar até hoje. E tem uma guerra contra decoreba, que faz sentido, porque decoreba é um saco: ah, tem que- a tabuada- aquela coisa. Mas eu adorava decorar poema, por exemplo, gostei de poesia, no começo, decorando os poemas que os professores pediam e a gente tinha que declamar. É uma coisa que não tem mais na escola hoje em dia, que é mal vista, mas o exercício de saber coisas de cor é uma delícia, um poema que você sabe de cor é um presente que você ganha pra vida toda, é uma companhia que você tem, gratuita, pra qualquer momento de trânsito, de ócio, de- não- você saber um poema de cor é uma ferramenta que você ganha no seu bolso eternamente.
Ano passado uma das minhas poucas metas foi decorar um poema -- e consegui! Então sei que é verdade isso. Às vezes estou caminhando por aí e quem me faz companhia são os versos de Vinicius de Moraes.
3 de mai. de 2025
Feriadão
Quinta coloquei a casa em ordem -- já tinha tempo que não me dedicava a isso, confesso --, arrumei as coisas, puxei os móveis, varri tudo, lavei a cozinha e área de serviço, troquei a roupa de cama e banho, coloquei a máquina para bater duas vezes, lavei o banheiro. Saí só para almoçar no restaurante que passei a frequentar recentemente e percebi que a garçonete já me conhece de tanto eu ir lá. Sexta foi dia de sair e andar pelo centro. Fui comprar uma blusa de frio e aproveitei para me arriscar e procurar uma calça jeans legal (trabalho hercúleo) e dei a sorte grande de gostar da segunda calça que experimentei, que de quebra estava com um preço ótimo. Quebrei a unha, que já é curta, experimentando a calça. Andei sem rumo pelo shopping, só por andar. Comprei uma cartela de adesivos que não vou ter coragem de usar. Depois do almoço, fui em um dos meus museus favoritos, fiquei sentada no jardim um pouquinho e percebi que sinto falta demais de ter um quintal. Lavei a roupa nova. Fui no cinema: Sempre garotas (dir. Shuchi Talati). Percebi, só de noite, que esqueci de tomar meu remédio de manhã. Dormi mal. Hoje, sábado, fui no meu sebo favorito, comprei alguns calhamaços (cinco) e voltei direto pra casa porque não tinha condições de carregar aquele peso todo pelo centro. Almocei horrores. Fui no mercado. Passei um monte (um monte) de roupa enquanto ouvia uma playlist da Mitski. Desisti de ir no cinema: Mulholland Drive (dir. David Lynch). Fiquei jururu porque amanhã já é domingo e essa maré mansa vai acabar. Comecei a escrever esse negócio aqui.
Tenho que responder os comentários aqui do bloguinho, comentar nos blogs que eu leio, dar um jeito no tanto de rascunho abandonado pela metade que tem por aqui -- achei que fosse resolver isso no BEWA, mas não foi dessa vez. Tenho que colocar as leituras em dia, tenho que escrever, tenho que atualizar meu currículo, tenho que um monte de outras coisas. Mas durante esses três dias foi bom organizar a casa, cuidar das minhas coisinhas, e deixar as preocupações para segunda. No meio do caminho notei que estou começando a me sentir eu mesma outra vez, o que é uma bonança depois desse tempo todo meio desalinhada.
Amanhã, domingo, eu vou desejar que seja sábado outra vez. Talvez eu assista Nosferatu (dir. Robert Eggers).
23 de abr. de 2025
Zuma Deluxe
Recentemente, me dei conta que eu poderia pesquisar alguns dos meus jogos de infância no Steam e, quem sabe, experimentar a feliz coincidência de encontrar um deles por lá.
Um desses jogos é o Zuma Deluxe (2003), um joguinho de puzzle no estilo combine três, o que, claro, é um grande sucesso entre a garotada mais descolada. Nele, o jogador é responsável por controlar um sapinho de pedra que lança as esferas, formando as combinações. Todo o jogo tem uma inspiração... inca? maia? e absolutamente nenhuma história, nem que meia tigela, de plano de fundo. Por que um sapo de pedra? Porque a vibe asteca? Ninguém vai te explicar.
O Deluxe é uma versão aprimorada do Zuma, e uma versão aprimorada do Zuma Deluxe, chamada Zuma's Revenge, foi lançada em 2009 com gráficos mais bonitinhos, porém sem a música que é marca registrada do jogo (vídeo abaixo), perdendo assim alguns pontos comigo. Comprei os dois por R$ 2,47 cada numa promoção, mas o preço normal é R$ 9,90 cada. Se você nunca jogou Zuma Deluxe na sua primeira infância num computador dinossauro no quarto dos seus pais, recomendo esperar alguma promoção, caso queira jogar.
1 de abr. de 2025
BEWA 2025
Hoje é primeiro de Abril e esse é o segundo post do ano (deus do céu, o que está acontecendo?). A Lana do PorceLana está organizando a segunda edição do BEDA semanal -- o BEWA. Eu participei do primeiro e desde o início do ano já estava pensando nos quatro posts do mês, mas é claro que não rascunhei nem planejei nada. Vai ser tudo no susto mesmo, mas há de dar certo. Vai ser a oportunidade perfeita para dar andamento a alguns dos dezesseis (!!!) posts que estão no limbo da pasta de rascunhos.
31 de jan. de 2025
Um ano no litoral
Hoje, 31 de janeiro, faz um ano desde minha primeira postagem nesse bloguinho. Na época, ter um blog era algo que eu queria fazia um tempo, mas vivia adiando por insegurança. Pra que um blog? O que eu vou postar? E quem é que vai ler? Bom, quis um blog porque acho divertido. Posto o que der na telha, e tudo bem se os meus posts são só sobre uma bobeirinha que eu vi e gostei e não uma resenha estupenda ou um texto sublime. E quem lê é você.
Achei que seria legal deixar registrado os cinco posts mais lidos do ano. Tiveram alguns empates, então tecnicamente são os sete posts mais lidos do ano. Foi engraçado perceber que os três posts mais populares (primeiro e segundo lugares) foram os menos planejados e os que eu escrevi mais rápido.
1. AGF / Giselle mad scene
2. Sem título
3. O diabo disfarçado de mulher
4. Os melhores "Melhores do Ano" de 2024 / I'm in the pleasure business
5. Leitura de outubro (sim, no singular)
Queria agradecer a quem tira um tempinho para passar por aqui e ler o que eu escrevo, saiba que fico muito agradecida, mesmo. Também queria pedir
desculpa por essa ausência -- que nem é tão grande assim, considerando
que o último post é de 26 de dezembro, mas para mim parece que foi há
mais tempo. Janeiro é sempre um mês tão longo...