11 de ago. de 2025

O Instagram Me Trancou Do Lado De Fora E Agora Eu Sou Livre

Domingo de manhã eu acordei e quando fui abrir o Instagram -- porque, sim, a primeira coisa que eu faço de manhã é pegar no celular -- vi a página de login ao invés do meu feed. Agora o Instagram quer o meu número de celular como medida de segurança para permitir que eu continue com a minha conta, e eu não sei se essa é uma informação que eu quero passar para eles. Também não sei se nos dias de hoje é muito produtiva a minha preocupação com privacidade -- a Meta já tem o meu celular, já que eu sou forçada a ter WhatsApp. Mas acontece que há um tempinho eu vinha pensando em me livrar do IG, e acabou que eles tomaram a decisão por mim.

A minha conta era privada e me servia apenas para acompanhar a agenda cultural da cidade, programação do cinema, uns sebos, lançamentos editoriais e alguns meios de comunicação da prefeitura e veículos de notícias. E às vezes dar uma espiada na vida dos outros, naturalmente. Era uma solução muito prática acompanhar tudo em um lugar só; alguns museus e espaços culturais menores tem o IG como principal meio de divulgação, e acompanhando eles por lá eu conseguia ficar ciente das atividades que estavam oferecendo sem ter que ir até eles. Tudo isso é muito legal e bonito, mas eu geralmente era puxada para o vórtice do Explorar e perdia um tempo preciso da minha vida mergulhada no mais puro brain rot. E também, do que adianta eu ver que o museu perto daqui de casa inaugurou uma exposição sobre, sei lá, cultura ribeirinha, se eu não for lá ver?

A solução que encontrei foi voltar a navegar na web como faziam os maias e os astecas. Criei pastinhas na barra de ferramentas e fui adicionando os sites de alguns dos perfis que eu costumava seguir -- no total eram 61 e eu consegui lembrar de 55, o que foi uma grande surpresa já que minha memória é péssima. Agora não vou mais abrir uma rede social para ver a programação do cinema e me perder nela: é só abrir uma nova aba no navegador, ir na pasta Programação, clicar no site do cinema e pronto. O Firefox tem uma função simples, mas maravilhosa, de abrir todos os sites de uma pasta de uma vez só, o que me permite abrir todos os sites de notícias e ir fechando eles um a um depois de dar aquela lida básica na primeira página logo de manhã.  

Há um tempinho atrás eu flertei com a ideia de ter um dumbphone, mas para mim é impossível -- não só porque sou refém do WhatsApp, mas também porque um telefone moderno tem ferramentas que realmente me são úteis: mapa, aplicativo de banco, câmera, acesso à nuvem. Mas estou satisfeita com o jeito que as coisas estão agora. Eu já tinha tentado excluir o IG, porém acabava voltando por causa da praticidade de acompanhar tudo num só feed. Estou otimista com o sistema da barra de ferramentas, mas também me sentindo um pouco estúpida por estar tão satisfeita com uma solução tão simples (não é como se eu tivesse inventado a roda).   

É legal entrar nos sites ao invés de ver vários quadradinhos em sequência. Tinha esquecido o quanto o site da Quatro Cinco Um é bonito, já que tinha séculos que eu não entrava lá pelo desktop. Quero usar esse tempo livre que antes era desperdiçado nadando no brain rot para ir na livraria comprar a edição do mês da Quatro Cinco Um, que eu não compro desde o final do ano passado. Aí aproveito que no caminho tem um museu e entro lá para dar uma olhada e descobrir qual exposição está em cartaz, talvez até perguntar para alguém que trabalha lá se vai ter algum evento nas próximas semanas. Eu sempre achei muito bonita a cultura ribeirinha.

+ I hate my phone so I got rid of it, do Eddy Burback.

Nenhum comentário:

Postar um comentário