13 de dez. de 2024

Leituras de novembro (quase que no singular de novo)

Em novembro fiz o que estava querendo fazer há um tempo e reli Paixão Simples, da Annie Ernaux. Depois disso li O Jovem, também da Ernaux. Se Paixão Simples é um livro curto, com 61 páginas, esse é menor ainda, com 56 páginas. E só 30 delas são de texto, o resto é dedicado à fotografias da autora -- a primeira foto, inclusive, é a mesma da capa de Paixão. Francamente, acho que tudo poderia ter sido um livro só, levando em consideração que são dois textos curtos (nenhum deles é dividido em capítulos, apesar de ter quebras de texto ao longo de ambos) e que tratam de temas em comum: o processo de escrita, desejo, tempo, memória...

Eu aproveitei que em novembro teve promoção no site da Travessa e comprei alguns títulos da Ernaux, O Jovem incluso. Só depois fui ver que a Todavia lançou um box lindíssimo com todos os livros dela que eles publicaram aqui no Brasil e quase espumei pela boca dentro da livraria (hipérbole).

30 de nov. de 2024

Sem título #3

Sábado é dia de andar por aí, mesmo depois de uma semana inteira mal dormida. Passei os últimos dias ansiosa e apreensiva, o que geralmente bagunça o meu ritmo. E, além desses últimos dias, outubro também foi um mês complicado e novembro seguiu no mesmo compasso. Mas aí o que estava me tirando o sono durante a semana se resolveu ontem, no penúltimo dia do mês, num desfecho que não é o fim, mas uma promessa  -- eu espero! -- de coisa boa, bonita e letrada. 

Então sábado é dia de andar por aí, feliz, na esperança que esse deleite dure e dure e dure e permaneça comigo por tempo o suficiente para que eu faça o que tenho que fazer e, quando eu ficar triste, que a lembrança desse estado de contentamento seja o suficiente para me encorajar.

Agora tudo é lindo: o casal de noivos saindo da igreja, o pombo aos pés de S. Sebastião, a banda tocando Bohemian Rhapsody, a senhora com um ventilador portátil na mão, o senhor sorrindo e me chamando de menina, a loja de CDs tão movimentada que é impossível andar sem pedir licença o tempo todo, a gringa se desenrolando em português mesmo eu sabendo inglês, a água de coco cara, esse tanto de árvores de Natal. E eu faço parte desse mundo e tenho tanto amor por ele que às vezes parece até impossível ser triste.

17 de nov. de 2024

I'm in the pleasure business

Não sou muito familiarizada com o trabalho do Anthony Bourdain, mas um tempo atrás li uma citação atribuída a ele e vira e volta me pego pensando nela:

"As a chef I'm not your dietician or your ethicist, I'm in the pleasure business."

Mas como é fácil atribuir qualquer fala a qualquer pessoa, fui em busca da fonte na esperança do Bourdain realmente ter falado isso. Primeiro cheguei até o Eater.com, que me mandou para o Grub Street. A frase em questão é sim do Bourdain (uhul!), e ela veio de um painel em que ele participou com os chefs Alice Waters e Duff Goldman em maio de 2009.

É uma pena que eu tenha encontrado somente trechos do painel; dá para perceber que tem certas falas em que os chefs fazem referências a coisas ditas anteriormente. Enfim, deixo aqui o vídeo que tem a citação em questão. Abaixo do corte está a transcrição das duas principais falas do Bourdain presentes nesse trecho, já que acredito que a segunda complementa a primeira, e a minha tradução. Caso alguém se interesse pela tradução do vídeo todo, é só avisar.