O final de outubro não tem sido lá muito bom. Tenho estado desanimada e apática e, à noite, chorosa. No último domingo acordei 12h com uma dúzia de ligações perdidas da minha mãe, preocupadíssima por eu não ter dado um sinal de vida já que, no mais tardar, acordo 8h. Passei o resto do dia molenga e de pijama, não saí de casa e não tive espírito para cuidar dos afazeres domésticos. A semana se iniciou assim, os dias passando de qualquer maneira, o trabalho acumulando, nenhuma leitura rendendo.
Nada demais aconteceu, nada fora do comum daquilo que já é rotina. Não quero me delongar desnecessariamente sobre minha vida pessoal (esse post inteiro já é desnecessário). Recentemente venho, mais do que me é normal, remoendo, ruminando, desejando coisas -- não coisas, mas vivências e experiências -- que muito provavelmente, é o que me parece agora, não vão se concretizar. Experiências que fazem parte da vida de tanta gente e que eu fico a observar do lado de fora, pela janela, incapaz de participar.
Ontem à noite me arrastei para o teatro. Não estava animada para ir, mas o ingresso já estava comprado e fazia um tempo que eu não via uma apresentação do conjunto de música em questão. No meio do espetáculo, durante uma canção de amor, talvez, notei a troca de olhares de dois dos músicos. Quanto mais acontecia, mais o pensamento se formava: serão eles um casal? Acompanho o conjunto faz um tempo e nunca tinha reparado. Eles se olhavam com frequência, sorrindo, e ela cantava as partes mais bonitas das canções para ele. Casal ou não, era um olhar terno, de cumplicidade e admiração, o tipo de coisa que existe tanto entre um casal de amantes quanto entre dois músicos experientes e apaixonados pelo o que fazem. Naquele instante, fiquei feliz de ser testemunha de um momento tão singelo. Segurei a risada e as lágrimas, aplaudi com os demais ouvintes, e saí de lá meio deslumbrada com esse negócio que a gente chama de vida.
Sigo olhando pela janela.
Amiga acabei de perceber que não sei seu nome e agora na minha cabeça você se chama dona litorais. Me identifiquei um pouco com essa publicação. Também tenho me sentido tristinha, chorosa e frustrada com a vida meio sem rumo, ou sem o rumo que eu gostaria. E é inevitável a gente não dar uma famigerada olhadinha na grama do vizinho. Talvez seja uma boa opção tirar uns minutinhos para tentar entender o que aconteceu para você ficar assim borocoxô, depois uma listinha de coisas que você precisa fazer e aos poucos colocar tudo num lugar confortável. Quando nos sentimos perdidas, as respostas estão dentro de nós mesmas. E perceber que esse olhar atento para coisas quase imperceptíveis na vida, mas que carregam um mundo inteiro de sentimentos e significados, é uma forma de perceber que existe uma infinidade de outros sentimentos possíveis de ser sentidos. Espero que fique tudo bem por aí <3
ResponderExcluirGarota do 330
Amei o dona litorais <3 Meu nome é Camila, tenho que colocar em algum lugar aqui no bloguinho. Novembro foi um mês meio desagradável, mas o legal de responder esse comentário mais de um mês depois (desculpa!) é que posso dizer que já não estou mais nesse humor podre. É cafona dizer isso, mas a vida é feita de altos e baixos mesmo. Muito obrigada pelo carinho, beijos!!
ExcluirEu adoro o jeito como vc escreve sobre vc, acho tão chique e tão convidativo, é claro, espontâneo... Escreva mais vezes sobre vc, se estiver confortável, claro. Eu adoro ler.
ResponderExcluirTeve uma época da minha vida que eu me sentia exatamente assim, principalmente na adolescência, quando via as outras pessoas saindo pra se divertir enquanto eu ficava em casa. Toda segunda na escola, os outros tinham novidades sobre o final de semana, menos eu.
Com o tempo meio que aprendi que esse é o meu estilo e tá tudo bem. Dei tempo ao tempo e comecei a viver minhas próprias experiências só esse ano.
Espero que as coisas melhorem pra ti, estarei por aqui se precisar de algo!
Abraços, nanaview 🖤
Nana, esse foi um dos elogios mais legais que já recebi, mesmo <3 Muito obrigada pelas suas palavras e pelo carinho. Beijos!
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