2 de fev. de 2024

Leituras de janeiro

Está liberadíssimo fazer postagem de janeiro em fevereiro. 

Em janeiro, li três livros. É um número que eu considero baixo (para mim), ainda mais levando em consideração que li os dois primeiros na primeira semana do mês e depois disso meu ritmo de leitura despencou drasticamente. Ainda assim, espero conseguir manter três livros por mês como um mínimo para o resto do ano.

1. Animal Farm, George Orwell

Do Orwell eu havia lido apenas duas antologias de ensaios, Some Thoughts on the Common Toad e Books v. Cigarettes (ambos merecem resenhas, fica pra próxima). Gostei horrores dos ensaios, mas confesso que não lembro se Animal Farm parou na minha estante depois ou antes de eu ter lido eles (inclusive, estou tentando lembrar onde comprei ele e não faço a mínima ideia, só sei que foi em sebo). De qualquer forma, Animal Farm é um clássico e sempre acho meio complicadinho falar sobre os clássicos, é algo que ainda tenho que superar.

A edição que eu tenho é da Penguin English Library, que recomendo por conta dos dois paratextos presentes: o primeiro é uma proposta de prefácio do livro, assinada pelo próprio Orwell, que não foi publicada na primeira edição (de 1945), mas cujo texto datilografado foi posteriormente encontrado e publicado em 1972. O segundo texto é o prefácio da edição ucraniana -- da qual Orwell não recebeu os royalts, já que ele os recusava quando a edição era uma tradução voltada para um público que, em geral, não tinha condições financeiras de comprá-la. Um detalhe curioso é que o original em inglês desse prefácio foi perdido, então tiveram que traduzir a tradução do ucraniano de volta para o inglês.

Orwell entrou no domínio público em 2021, e se antes disso já tínhamos algumas traduções brasileiras, agora temos uma porção: Melhoramentos, Antofágica, Companhia das Letras, Buzz, Biblioteca Azul, Martin Claret... só para citar algumas das editoras que (re)lançaram uma edição em 2021. Não sei qual recomendar pois desconheço todas, mas deixo a sugestão de, caso não seja possível a leitura do inglês, procurar pela tradução desses dois prefácios.

 

2. O menino do dedo verde, Maurice Druon (trad. D. Marcos Barbosa)

Esse estava pegando poeira na minha estante há anos (uns 15, sem exageros). A minha edição é a 81ª, de 2007, e pelo jeito em 2017 a José Olympio reeditou a obra, que já não conta mais com as ilustrações da Marie Louise Nery (lindíssimas). A tradução é do D. Marcos Barbosa, que também traduziu O Pequeno Príncipe. Não vou ficar dando muitas voltas aqui, não tenho muito o que falar. Foi bonito, sim, e é o tipo de livro que vale a pena ler quando criança para depois revisitar, quando adulto.


3. O Melhor de Caio Fernando Abreu, Caio Fernando Abreu

Ótima seleção de textos do Caio F. feita pela editora Nova Fronteira. Para ficar completinha mesmo faltou só a novela "Pela noite", que, na minha opinião, é o Caio no auge, mas entendo que a novela é grandinha e o objetivo do livro é reunir somente os contos e crônicas. Destaque para os contos "O Príncipe Sapo" (o primeiro texto que ele publicou!), "Aqueles dois" e "Linda, um história horrível", a crônica "Agostos por dentro" e as duas cartas para além do muro (clássicas).

Vira e volta ouço comentarem que o Caio vive sendo citado em redes sociais, que é um autor que sempre tem uma frasezinha para legenda de foto e por isso já está batido. Vou ser honesta, nunca vi. Ou é porque já tem anos eu não uso rede social direito, ou é porque meus colegas não leram o Caio para ficar citando por aí. De qualquer forma, acho o Caio F. ótimo, principalmente os trabalhos em que ele já tinha alcançado sua maturidade como escritor (como em "Pela noite"!).

E, na verdade, essa foi um releitura. Anos atrás, esse livro foi um dos primeiros contatos que eu tive com o Caio F., junto com a trilogia de antologias O essencial da década de 70/80/90, outra seleção também ótima da Nova Fronteira ("Pela noite" está na década de 90!). Bizarro pensar que fazem quase dez anos que o li pela primeira vez. O legal foi que, na primeira leitura, deixei marcado no índice os meus textos favoritos, que foram 11 no total. Desses 11, na leitura atual, considerei favoritos apenas 3, mas, em compensação, amei outros 6 que nem me lembrava de já ter lido um dia. A conta ficou negativa, eu sei, mas acontece que eu fiquei mais chata também.

***

Ohh, primeiro post de leituras do ano. Primeiro do blog também. Era para ter uma fotinho dos livros, mas não foi dessa vez não, desculpa. Não estava no pique de tirar foto, editar foto, não gostar da foto, tirar outra foto, etc (péssima blogueirinha). Também não era para os comentários terem ficado tão extensos, mas não quis fazer um post separado para cada um, já estamos em fevereiro e quero pensar nos livros de fevereiro. O plano é: os livros que eu achar que tenho o suficiente para uma resenha independente vão ter um post próprio, o resto vai ter que se contentar com um comentariozinho no post do mês mesmo. Em breve as aquisições de janeiro. Au revoir.

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